Eu não
conheço o menino afogado
Nada sei
sobre o menino afogado
Eu não
matei o menino afogado
A culpa não
é minha
Culpem o
mau tempo
O pai, que
não segurou direito o menino
O
fanatismo... quem sabe, o imperialismo?
Qualquer
coisa
Parem de
postar a foto do menino afogado
Não é real
Parece um boneco
que o mar jogou na praia
Com tanta
foto boa
De criança
queimada, esburacada de bala, deformada, esmigalhada
Aquelas
fotos
De se olhar
e dizer
A guerra é
uma coisa horrível!
Até quando,
oh, Senhor?
Ainda bem que, no Brasil...
Chega dessa
porra de menino afogado
Ele não é
meu filho
È só um
menino
Parece
tranquilo
Podia estar
dormindo
Que bom que
não vai acordar
Eu acordo
Vejo sua
foto pela milésima vez
E não sei o
que dizer
Marco
Lisboa
8/9/15
... e, continuam estuprando meio mundo
ResponderExcluir... estupram até nossa sensibilidade
'inda temos que recolher os cacos das nossas almas...
Tristemente oportuno e poeticamente provocativo.
ResponderExcluirMARCO LISBOA:FORTES E INSTIGANTES, CORAJOSOS VERSOS NESSE POEMA.BEM VISCERAL!CLEVANE PESSOA.
ResponderExcluirPerfeita, oportuna e politicamente muito adequada ao nosso momeno.
ResponderExcluirMe lembrou Maiakovski
Parabéns MARCO!