Quem sou eu? De onde venho e onde, acaso, me leva
O destino fatal que os meus passos conduz?
Ora sigo, a tatear, mergulhado na treva,
Ou tateio, indeciso, ofuscado de luz.
Grão, no campo da vida onde a morte se ceva?
Semente que apodrece e não se reproduz?
De onde vim? Da monera? Ou vim do beijo de Eva?
E aonde vou, gemendo, a sangrar os pés nus?
Nessa esfinge da vida a verdade se esconde;
O espírito concentro e consulto a razão
E uma voz interior, sincera , me responde:
- Quem és tu? - Operário honesto da nação.
- De onde' é que vens? - De casa.
- Onde ' que estás? - No bonde.
- Para onde vais? - Não vês? -
Para a repartição.
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