Escrito nos raros momentos de folga de uma jornada fatigante.

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Divulgação literária e outros babados fortes

Versos cretinos, crônicas escrotas e contos requentados. O resto é pura prosa.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Augusto dos Anjos revisitado

Augusto dos Anjos revisitado

Quisera ser um poeta caudaloso
Um tsunami de epigramas
Saí um poeta verborrágico
Espiroqueta, num mar de hemogramas

Poeta pálido, semblante bilioso
Gotejando verbos sifilíticos
Em tom de profundo baixo cavernoso
Sibilando estrofes catastróficas

Bofes carcomidos pela tísica
Carnes consumidas pela hética
Consolado pela metafísica
Afogado em sordidez patética

Garroteando a veia poética
Fazendo um profundo  enema
Do fundo da fossa séptica
Eis que emerge um poema

De verso puro, de rima escorreita
Ou verme escuro, da sentina putrefata
Delírio de febre terçã, da brava maleita
Ou apoteose da lógica mais exata?

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