Em
18 de agosto de 1871, nos Jardins das Tulherias, Pénaud fez voar na presença de
representantes da Société aéronautique de France, um modelo de aeroplano
motorizado, o Planophore, acionado por um motor à elástico (pelo desenrolar de
de uma tira de elástico previamente enrolada). Ele voou por 60 metros a vinte
metros de altura durante 13 segundos.
Atendendo ao apelo de Dona Dilma,
por uma tecnologia de estocagem de vento, eu apresento a Anemoteca, um
armazenador de vento. Penaud produziu vento com uma tira de borracha enrolada.
Eu pretendo seguir o caminho inverso, estocar vento, usando uma tira de
borracha. A idéia é simples: basta acoplar ao eixo da hélice de um moinho de
vento uma tira de borracha, O vento irá enrolar a tira, durante a noite,
quando, segundo a insistenta, pode ventar mais. Isso feito, um mecanismo irá
travar a hélice, quando a borracha estiver totalmente torcida. Durante o dia,
bastará destravar a hélice e utilizar o vento estocado. Se o aeroplano voou,
não há porque a minha Anemoteca não funcionar. Estou esperando o financiamento
para aperfeiçoar a minha invenção. Que já foi patenteada. Primeirão.
UEPA.
Faltou um
pequeno detalhe, não dá para estocar e gastar ao mesmo tempo. A Anemoteca
ocupou o moinho a noite toda, estocando vento. Então, se o dispositivo for
usado para produzir vento, durante o dia, só estaremos trocando o dia pela
noite. Em vez de termos x de vento para ser usado durante a noite, teremos esse
x para ser usado durante o dia.
Que dureza! Na cabeça de nossa presidente, como é possível arrecadar e pedalar ao mesmo tempo, o estocador de vento seria uma pedalada eólica. Que não funciona, como as pedaladas fiscais não funcionaram.
Que dureza! Na cabeça de nossa presidente, como é possível arrecadar e pedalar ao mesmo tempo, o estocador de vento seria uma pedalada eólica. Que não funciona, como as pedaladas fiscais não funcionaram.
Há um outro probleminha, a maldita Segunda Lei da
Termodinâmica. E não há decreto que passe por cima dessa lei e autorize a
estocagem de vento de maneira econômica.
Explicando de uma forma que até o Lula entenderia (a Dilma não vai entender), todo processo de transformação de energia não consegue fornecer mais energia útil na saída do que a que foi usada na entrada. Todo máquina tem um rendimento menor do que 100%. O motor de um carro tem um rendimento de 30%. Isso quer dizer que só 30% da energia química (a explosão da gasolina) resulta em energia cinètica (o movimento do carro). Logo, a melhor coisa a fazer com o vento não é estocá-lo para depois usá-lo. É usá-lo diretamente para produzir energia elétrica. No processo de estocagem haverá uma perda. No processo de liberar o vento estocado, haverá outra perda. Economicamente, a estocagem de vento é inviável. Tudo bem que a Dilma é perita em apoiar processos economicamente inviáveis, mas nesse tempo de véspera de apagão, eu não recomendaria.
Mas por que se pode estocar água e não compensa para o Brasil estocar vento? Bom, a água evapora usando a energia solar (grátis). Depois cai no reservatório graças à lei da Gravidade (grátis e irrevogável). Uma vez construída a barragem, ela vai passar a vida toda armazenando água e gastando a água armazenada, sem custo adicional.
Mas e o vento? Mesmo que o processo não seja econômico, ele não seria viável, numa região de vento escasso? Digamos que se estoque só metade do vento produzido a noite para ser usada durante o dia. Aí teríamos vento diuturna e noturnamente, como diria a insistenta. Beleza. Só tem outro pequeno problema. Como a própria presidente deveria saber, nosso sistema é todo interligado. Então, o mais econômico é usar o vento, enquanto ventar e usar a energia de outras fontes, quando não ventar. Sem graça, né? E eu que pensei que iria faturar uma grana com a Anemoteca.E o papo de usar rocha porosa para armazenar ar comprimido? Se você tiver o tipo certo de rocha porosa, na região certa, onde já há moinhos de vento produzindo energia elétrica de forma econômica, então, talvez esse processo seja viável para garantir uma geração constante de energia elétrica, onde o uso de outras fontes não compense. O fato é que esse processo só é usado em dois locais, no mundo todo e ainda está em fase experimental.
Explicando de uma forma que até o Lula entenderia (a Dilma não vai entender), todo processo de transformação de energia não consegue fornecer mais energia útil na saída do que a que foi usada na entrada. Todo máquina tem um rendimento menor do que 100%. O motor de um carro tem um rendimento de 30%. Isso quer dizer que só 30% da energia química (a explosão da gasolina) resulta em energia cinètica (o movimento do carro). Logo, a melhor coisa a fazer com o vento não é estocá-lo para depois usá-lo. É usá-lo diretamente para produzir energia elétrica. No processo de estocagem haverá uma perda. No processo de liberar o vento estocado, haverá outra perda. Economicamente, a estocagem de vento é inviável. Tudo bem que a Dilma é perita em apoiar processos economicamente inviáveis, mas nesse tempo de véspera de apagão, eu não recomendaria.
Mas por que se pode estocar água e não compensa para o Brasil estocar vento? Bom, a água evapora usando a energia solar (grátis). Depois cai no reservatório graças à lei da Gravidade (grátis e irrevogável). Uma vez construída a barragem, ela vai passar a vida toda armazenando água e gastando a água armazenada, sem custo adicional.
Mas e o vento? Mesmo que o processo não seja econômico, ele não seria viável, numa região de vento escasso? Digamos que se estoque só metade do vento produzido a noite para ser usada durante o dia. Aí teríamos vento diuturna e noturnamente, como diria a insistenta. Beleza. Só tem outro pequeno problema. Como a própria presidente deveria saber, nosso sistema é todo interligado. Então, o mais econômico é usar o vento, enquanto ventar e usar a energia de outras fontes, quando não ventar. Sem graça, né? E eu que pensei que iria faturar uma grana com a Anemoteca.E o papo de usar rocha porosa para armazenar ar comprimido? Se você tiver o tipo certo de rocha porosa, na região certa, onde já há moinhos de vento produzindo energia elétrica de forma econômica, então, talvez esse processo seja viável para garantir uma geração constante de energia elétrica, onde o uso de outras fontes não compense. O fato é que esse processo só é usado em dois locais, no mundo todo e ainda está em fase experimental.
Fora isso, estocar vento é que nem cultuar a mandioca e
comungar com o milho. São delirios de uma memória corrompida. O que se estoca
nunca é o vento. É algum tipo de material (ar comprimido, por exemplo) que pode
ser usado para produzir energia eólica,
que será transformada em energia elétrica. Ou então, no caso da Anemoteca, a
energia eólica é transformada em energia potencial elástica que poderá ser
transformada novamente em energia eólica. Com uma perda considerável na
estocagem e na liberação.