Link para a entrevista
A seguir um pequeno trecho da entrevista:
" ...O apartamento tinha uma biblioteca (uma estante de tábuas e tijolos) cheia de livros marxistas e alguns romances. Dei tanta sorte que ele pegou um livro para examinar e escolheu um romance inofensivo. Em seguida pediu minha identidade e perguntou o que estava fazendo no Rio. Disse que estava morando com um amigo, enquanto estudava para o vestibular de economia.
Pelo visto, ele não acreditou muito em minha história e disse que eu teria que acompanhá-lo. A escada era em caracol, muito íngreme e de curvas muito fechadas. O apartamento ficava no terceiro ou quarto andar. Eu calculei que se saísse correndo na frente ele não teria visão para atirar.
Desci embalado, acelerando cada vez mais a cada volta. No último andar não consegui frear. A escada terminava em frente à entrada de serviço de outro apartamento. Com o impulso, arrombei a porta. Mal tive tempo de pegar os meus óculos no ar e não pude ver a cara da empregada, que estava com o forno aberto. Só a escutei gritando: “ai meu Deus, o que é isso!”.
O apartamento estava alugado por Adriano Fonseca, o Chicão ou Queixada, que mais tarde iria morrer no Araguaia. É possível que o incidente tenha precipitado à sua ida para a guerrilha, ao chamar a atenção da repressão. O SNI registrou minha passagem por esse apartamento em seus arquivos. Clicando no link no início da postagem, vocês terão acesso a toda a entrevista.
Minha amiga Clevane Pessoa, militou na imprensa de Juiz de Fora, nos anos de Chumbo (Gazeta Comercial, O Lince, Jornal Urgente). Possue uma obra, que vai da poesia à prosa, sem esquecer a ilustração. Sensível, sem nenhuma pieguice; delicada, por natureza; quando coloca o dedo nas nossas mazelas sociais, o faz sem o menor traço de panfletarismo. Entrevistando, possibilita ao entrevistado a chance de falar de si mesmo, rememorar-se e dar depoimento real de sua experiências. O blog publica diversas entrevistas que fez e as que fizeram com ela.
Minha amiga Clevane Pessoa, militou na imprensa de Juiz de Fora, nos anos de Chumbo (Gazeta Comercial, O Lince, Jornal Urgente). Possue uma obra, que vai da poesia à prosa, sem esquecer a ilustração. Sensível, sem nenhuma pieguice; delicada, por natureza; quando coloca o dedo nas nossas mazelas sociais, o faz sem o menor traço de panfletarismo. Entrevistando, possibilita ao entrevistado a chance de falar de si mesmo, rememorar-se e dar depoimento real de sua experiências. O blog publica diversas entrevistas que fez e as que fizeram com ela.
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